15 de julho de 2011

Bebida alcoólica é a nova rival das faculdades


Alunos que matam aula para beber se tornam preocupação para instituições e órgãos de saúde
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Fonte: Google
Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que o álcool mata mais que a AIDS e aparece como responsável por 10% das mortes de jovens com idades entre 15 e 29 anos no mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, a bebida alcoólica está relacionada a 80% da violência doméstica, a 50% das mortes no trânsito e a 30% dos casos de violência contra a mulher no Brasil.
O Brasil está vivenciando um fenômeno de crescimento, no que diz respeito ao número de instituições de ensino superior e jovens ingressando neste universo.Um problema vem sendo motivo de grande preocupação por parte de toda a sociedade, o número cada vez maior de consumo de álcool entre universitários.
Estudo, feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que 67% dos estudantes universitários consomem bebidas alcoólicas todas as semanas. O quadro preocupante levou o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) a propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a suposta omissão do poder público no combate ao alcoolismo.
A bebida é uma grande preocupação para as instituições de ensino, principalmente para as faculdades. É comum que universitários matem aula para frequentarem bares. Na maioria dos casos, o consumo de álcool é impulsionado pelo desejo de socialização desses jovens.

Consumo está ligado à socialização
A disponibilidade do álcool está cada vez mais perto das universidades. O período da faculdade é um momento de transição muito importante onde se formam amigos para vida toda. De acordo com a psicóloga Solange Oliveira, hoje o álcool chega com mais facilidade aos jovens, mas o fator mais importante é a família. “Com a correria do dia-a-dia, muitos filhos perderam a referência dos pais e isso faz com que tenha como referência o colega. Porém, depende do que a bebida vai encontrar na pessoa, se for uma pessoa com bom relacionamento em casa não vai influenciar. Já uma pessoa com dificuldades de relacionamento e falta de liberdade pode acarretar problemas mais sérios”, alerta.
A bebida representa a cultura de um povo e ajuda na socialização, além de ter um caráter de entretenimento e lazer. Mas também acarreta grandes problemas quando o excesso e maneiras erradas de consumo são incorporados à sociedade. A cerveja, por ser barata, convence melhor e muitos caem na conversa das propagandas que dizem que não há nada de mais. “As propagandas e as pessoas influenciadas pela propaganda transmitem a idéia de que o cérebro humano é incapaz de produzir alegria, bem-estar, potência ou interesse sexual, ou seja, estão convencidos de que a bebida alcoólica é indispensável para a vida. Mas isso não é verdade. Somos dotados de inteligência, capacidade mental para produzir alegria, inventar e contar piadas, fazer coisas diferentes com a pessoa amada, estudar, e o melhor de tudo, sem a necessidade do álcool”, afirma Solange.

            Preocupação é realidade em Niterói
No município de Niterói existem oito centros de ensino superior, são eles: Faculdade Pestalozzi, Curso de Comunicação e Sistema da Informação, Faculdades Integradas Maria Thereza, Universidade Federal Fluminense, Universidade Candido Mendes, Centro Universitário Plínio Leite, Estácio e Unversidade La Salle.
O Centro Universitário Plínio Leite existe a mais de 30 anos e ocupa a posição 2.824 no ranking das universidades do país. Atualmente, o Unipli oferece 21 cursos, entre graduações e tecnólogos.
Presenciando esse novo problema social, alunos de Jornalismo do Unipli foram até a calçada da Instituição, onde há grande concentração de estudantes que frequentam os bares dos arredores, e puderam constatar que:

- Dos alunos que frequentam a frente da faculdade, apenas 23% não consomem bebida alcoólica durante o horário de aula;
- A média de consumo deles é de três vezes por semana;
- Os alunos do curso de Direito são principais freqüentadores; e
- Apenas um dos entrevistados dirige depois de beber.

Valéria, aluna do curso de Gestão Ambiental do Unipli, e outra amiga, que preferiu não se identificar, estudavam na mesmaturmae perderam um período inteiro porque matavam aula para ficar beber. No período seguinte, Valéria resolveu estudar no turno da manhã para evitar o barzinho, masnão adiantou porque ela retorna à faculdade toda noite só para beber uma “cervejinha” com a amiga.  
Já Simone Rodrigues, estudante do 9º período do curso de Direito acha que o hábito não atrapalha, se cada um cumprir seu dever com responsabilidade. O universitário Elton, do mesmo curso, disse que tem gente que fica mais participativa depois de tomar uma cerveja com os amigos.


Professor acredita que os alunos devem
O professor de Jornalismo, Tiago Velasco, analisou sobre a relação que os estudantes têm com bebida alcoólica, pois essa é uma realidade para o professor. Não só ele, como muitos outros presenciam o fato de terem alguns alunos que saem no intervalo para beber, e consequentemente, atrapalham o rendimento da aula.
Tiago Velasconunca teve problemas com seus alunos que bebem e foi categórico ao afirmar que é contra qualquer tipo de lei que tire a liberdade da população. “O fato de existir uma lei que determine certa distância das faculdades para a venda de bebida alcoólica não vai acabar com o problema, pode apenas diminuir. Isso é um problema de educação pública. A proximidade cria melhores condições para o hábito, mas não determina que o aluno deixará de beber”, opina Velasco.
Para o professor, a socialização faz parte da vida universitária. “O ambiente universitário é o primeiro momento que o jovem tem uma liberdade maior. É a transição da juventude para a fase adulta. Então, as pessoas se perdem um pouco nessa liberdade, mas, faz parte”, analisa.
Velasco espera que seus alunos saibam seus limites. “A questão é saber se a pessoa vai conseguir tomar apenas um copo. Assistir aula à noite já não é fácil, estamos mais cansados. Então, beber não é a melhor opção, pois acaba relaxando mais do que devia e tira a atenção nas aulas”, finaliza o professor.

Escute, na integra, a entrevista do professor Tiago Velasco falando sobre bebida, mundo acadêmico e sua opinião pessoal sobre o tema.

http://www.4shared.com/audio/dVQ1Grcp/entrevista_tiago_alcool_ok.html

*A matéria foi feita pelos alunos de Jornalismo do Centro Universitário Plínio Leite, Anne Araujo, Natassia Oliveira, Marcelo Mesquita, Pablo Tavares, Thairiny Diniz, Samirys Rocha, Gabrielle Torres, Thiago Monteiro, Fernando Figueiredo e Diego Lima.


4 comentários:

  1. Valeu Annezinha, nos vemos no próximo semestre, levando mais informação de qualidade para nossos leitores. beijão!!!

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  2. Será que deveria ter lei seca nas faculdades?

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  3. Anônimo24.11.11

    Olá Anne, tudo bem? Gostaria de obter seu e-mail para lhe enviar uma mensagem de nossa empresa. Obrigado, Fabio Belas (perfil no Linked In).

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